Capitão de balsa da Coreia demorou 40 minutos para ordenar evacuação

capitao_balsa_naufragadaO capitão da embarcação sul-coreana “Sewol” demorou 40 minutos para dar a ordem de evacuação, o que teria dificultado o resgate, revelou neste domingo (20) a transcrição do diálogo entre a cabine e a torre de controle. O balanço oficial da tragédia agora é de 58 mortos, 244 desaparecidos, a maioria adolescentes, e 174 pessoas que foram resgatadas. Neste domingo, mais 19 corpos foram resgatados de dentro da balsa por mergulhadores.

Lee Joon-seok, de 69 anos, pediu ajuda por rádio ao serviço de emergência às 8h55 de quarta-feira (hora local) ao detectar que o navio estava se inclinando, segundo a transcrição divulgada pelas autoridades sul-coreanas.

Durante os 40 minutos seguintes, o capitão contactou por até 11 vezes a torre de controle, mas foi só após às 9h30 (hora local), com a embarcação já tombada em 45 graus, que ele ordenou aos passageiros irem para o exterior da embarcação.

Quando a balsa começou a afundar, era muito tarde, já que os passageiros não conseguiam avançar pelos corredores inclinados, ao mesmo tempo que a água dominava a embarcação.

“Naquele momento (durante os 40 minutos posteriores ao choque), os barcos de emergência não haviam chegado. Também não havia pesqueiros ou quaisquer outros barcos que pudessem nos ajudar”, declarou o capitão com a cabeça abaixada e coberta por um capuz.

“As correntes eram fortes e a água estava muito fria. Pensei que os passageiros seriam arrastados e teriam dificuldades se a retirada acontecesse em desordem, sem coletes salva-vidas”, disse. “E teria acontecido o mesmo com coletes”, acrescentou.

O capitão tinha solicitado que os passageiros ficassem em seus assentos, o que segundo os especialistas é o principal motivo para maioria das 476 pessoas a bordo terem ficado presos no “Sewol”.

No momento do acidente, o comandante confirmou que não estava à frente da embarcação. No timão estava um integrante da tripulação, conhecido como “Jo”, de 55 anos, sob as ordens da terceira oficial, uma jovem que nunca havia navegado pela região difícil.

O capitão e dois membros da tripulação foram detidos no sábado e terão que responder por acusações de negligência e falhas na segurança dos passageiros, uma violação do código marítimo.

Neste domingo, o tempo melhorou no local do acidente e os mergulhadores puderam pela primeira vez entrar no interior do barco, e 19 corpos foram resgatados, número que deve aumentar nas próximas horas.

Para facilitar o envio de ajuda por parte do governo, a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, declarou as cidades de Ansan e Jindo como “zonas especiais de desastres” elegíveis para programas de assistência federais.

Segundo os últimos dados oficiais, há 244 desaparecidos, que provavelmente estão presos no interior da embarcação e com poucas chances de estarem vivos.

Dos 476 passageiros do “Sewol”, 325 eram alunos de 16 e 17 anos de um instituto de Ansan, na periferia de Seul, cujo subdiretor se suicidou na sexta-feira, dois dias após ser resgatado.

Além disso, hoje se confirmou a morte de um operário dos serviços de salvamento, que tinha entrado em coma ontem após receber um forte golpe na cabeça durante os trabalhos de resgate.

A causa do acidente ainda não foi determinada. As informações da Marinha indicam que a balsa girou bruscamente antes de enviar um sinal de socorro. O choque pode ter desequilibrado a carga – 150 automóveis – e inclinado a embarcação.

Por G1

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