Filhos de refugiados ganham festa de Dia das Crianças na Cruz Vermelha do Rio

Rio de Janeiro - Os irmãos Yedidia, Josue e Schilo, refugiados do Congo, participam de atividade com voluntários na sede da Cruz Vermelha para comemorar o Dia das Crianças (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Rio de Janeiro – Os irmãos Yedidia, Josue e Schilo, refugiados do Congo, participam de atividade com voluntários na sede da Cruz Vermelha para comemorar o Dia das Crianças (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Filhos de refugiados ganharam uma festinha especial, nesta terça-feira (11), véspera do Dia das Crianças. O local foi a sede da Cruz Vermelha, região central do Rio, onde os pequenos foram recebidos por voluntários, com brincadeira, doces e presentes.

A congolesa Gisele Lubelo Nzabani trouxe os quatro filhos para a festa. Ela saiu do Congo há cerca de um ano fugindo de uma guerra interna que se arrasta há décadas e já levou à morte de milhares de pessoas.

“Nós fugimos da guerra, fomos para Ruanda, de onde conseguimos vir para o Brasil. O meu marido também fugiu, mas eu não tenho mais contato com ele, que está no Quênia. Aqui está muito bom, as crianças estão gostando”, disse ela, que está morando no bairro de Barros Filho, na zona norte, mas no momento não está trabalhando.

No seu colo, a pequena Winnee, de um ano e oito meses, buscava dormir, enquanto os outros três filhos, com idades entre 4 e 9 anos, brincavam com os voluntários da Cruz Vermelha, jogando bola, lendo livros de história e passando por baixo de bambolês.

Para Gisele, o simples fato dos filhos estarem matriculados em escolas públicas brasileiras já era uma vitória, pois no Congo, segundo ela, não existe ensino gratuito e só podem estudar as crianças que podem pagar um colégio particular.

“Os meus filhos estão estudando, não pagam nada. Para mim é uma vitória elas estarem na escola. Não comprei nada. Ganhei caderno, uniforme, tudo”, comemorou Gisele, que recebe uma ajuda financeira da Caritas e também do Bolsa Família.

Outra refugiada congolesa que fez questão de estar presente na festinha das crianças era Carine Nkemi, que está há um ano e dois meses no país. Apesar do ambiente alegre, ela olhava as crianças com ar de tristeza, pois precisou deixar o filho para trás, aos cuidados da avó. Hoje eles só se comunicam pela internet.

“Ficaram todos para trás. Eu vim por causa da guerra, mas deixei o meu filho, de 4 anos. Vim de navio e eles não aceitavam crianças. Fiquei com o coração partido. Eu choro muito”, lamentou Carine, que trabalhava como professora infantil.

A coordenadora do Programa de Restabelecimento de Laços Familiares da Cruz Vermelha, Lilian Bastos, disse que o objetivo é acolher e reunir as famílias dos refugiados. Segundo ela, a maior parte dos refugiados tem vindo da África, embora os refugiados sírios venham recebendo mais atenção da mídia ultimamente.

“Muitas dessas pessoas são vítimas de violência e sem condições de começar uma nova vida em um país diferente. Nós fizemos um curso de português para refugiados e estamos tentando arrumar patrocínio para realizar o programa no próximo ano”, disse Lilian. Segundo ela, no Brasil são 8.863 solicitações de refúgio contempladas e cerca de 30 mil pedidos, o que reflete a dificuldade em se conceder o documento definitivo aos refugiados, necessário para eles conseguirem emprego formal.

Por Agencia Brasil

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