Greve geral de quarta-feira pode custar 280 milhões

greve_geralO impacto da greve geral na economia poderá rondar os 280 milhões de euros se metade dos trabalhadores aderir. Os custos de uma paralisação são difíceis de medir, mas ninguém duvida que aquilo que se poupa em salários não compensa a quebra de produtividade.

Em vésperas de uma greve geral que as centrais acreditam que será a maior de sempre, intensificam-se os contactos e campanhas sindicais de adesão à greve. Os balanços só começarão a ser feitos no final do dia 24, mas não há dúvidas de que uma paralisação “trava” sempre o ritmo normal da economia. Quanto? A resposta a esta questão só pode ser totalmente obtida quando for conhecida a adesão nos vários sectores de actividade.

Mas partindo do pressuposto de que metade dos trabalhadores faz greve na quarta-feira é possível quantificar o impacto na economia. Os cálculos feitos pelo JN têm em conta a produtividade (Valor Acrescentado Bruto) do país nos 251 dias úteis de 2010, o que resulta em cerca de 560 milhões de euros/dia. Se a adesão fosse de 50%, o impacto seria, assim, da ordem dos 280 milhões.

O custo exacto de uma greve é sempre um exercício difícil. Desde logo, como referiu ao JN o economista Alberto Castro, porque a produtividade dos vários sectores da economia não é toda igual. Depois, porque há empresas e serviços públicos onde uma paralisação acaba por ter mais impacto noutros sectores do que nos próprios. É o que acontece com os transportes públicos – e todas as empresas já entregaram pré-aviso de greve – ou com repartições públicas.

Apesar de o dia de greve ser descontado no salário dos trabalhadores, esta poupança não compensa o custo de uma paragem de produção. É esta a convicção dos economistas e também do presidente da Confederação da Indústria Portuguesa que, ao JN, definiu esta situação como sendo apenas “um desconto que se pode fazer ao prejuízo” que uma paralisação provoca. Partilhando do grupo dos que não acreditam que os problemas estruturais do país se resolvam com greves, António Saraiva admite, contudo, que haja trabalhadores a aderir à paralisação para manifestar o seu “grito de indignação” face à actual situação (de crise económica, desemprego), ainda que esta não seja um exclusivo nacional.

Do lado da CGTP e da UGT a expectativa é que esta greve geral – a primeira conjunta dos últimos 22 anos – tenha uma forte adesão. Os motivos de luta são muitos: desde a redução de salários na Função Pública, ao congelamento de pensões, corte no abono de família, precariedade ou aumentos de impostos. Por tudo isto, acentuou o sindicalista Arménio Carlos, a greve de quarta-feira é dos trabalhadores, mas também dos pensionistas, idosos, estudante e dos consumidores – havendo também um “apelo” de “greve às compras” nesse dia.

Por JN

Governo propõe salário mínimo de R$ 1.502 em 2025

Mais 75 mil famílias de Pernambuco podem receber gratuitamente nova parabólica digital

Prefeitura de Toritama inaugura pavimentação da Rua Monteiro Lobato no Areal

×