Hotéis e albergues enfrentam efeitos da crise um ano após Jogos do Rio

A rede hoteleira do Rio de Janeiro teve praticamente um mês perto de 100% de ocupação nos principais bairros turísticos durante os Jogos Olímpicos de 2016. Passado o evento, o aumento da oferta de quartos se somou à crise econômica do país e às notícias negativas sobre o Rio de Janeiro: o resultado foi um cenário de dificuldades para as empresas do setor, segundo avalia o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Alfredo Lopes.

“Com o aumento da oferta, há uma concorrência acentuada, frenética, que gerou uma queda no valor da diária”, conta Lopes, que destaca que parte dos investimentos feitos para ampliar a capacidade hoteleira foram feitos por meio de financiamentos, que agora precisam ser pagos. “Além de você não ter o valor para quitar, tem uma saída de caixa [com menor ocupação]”.

De 2009 a 2016, o Rio aumentou de 30 mil para 60 mil o número de quartos disponíveis na rede hoteleira, incluindo 5 mil quartos inaugurados depois da olimpíada. Apesar do cenário atual, a perspectiva é receber 25% mais turistas estrangeiros nos próximos cinco anos, seguindo a tendência de outras cidades que sediaram olimpíadas. Apesar disso, Lopes aponta que, no primeiro ano após os jogos, o crescimento da demanda não acompanhou o da oferta.

“Tínhamos uma média anual de 70% [antes da expansão]. Se você dobra a oferta e não consegue aumentar o número de hóspedes, você cai para a metade. Não foi exatamente isso que aconteceu, mas foi quase isso”, disse ele, que afirma que Barcelona e Londres também tiveram problemas com a taxa de ocupação nos primeiros dois anos após os jogos, mas depois a situação melhorou.

Segundo a ABIH, a taxa média de ocupação em 2017 é de 50%, o que já era esperado com o aumento da oferta. Em 2016, a média era de 58%, o que já representava uma queda em relação a 2015, quando atingiu 65%. A expectativa do presidente da ABIH é que o segundo semestre traga melhores resultados, com a realização do Rock in Rio e com as operações de segurança integradas com as Forças Armadas no estado. “O Brasil recebe um número muito pequeno de turistas. A gente recebe menos do que a Argentina. Com esse trabalho [de divulgação] feito após a Olimpíada, vamos ter um aumento significativo”.

 

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