No inverno, período em que a temperatura costuma cair, os hospitais e postos de saúde ficam mais cheios. Pessoas com doenças, que na maioria das vezes, chegam pelas vias respiratórias. A meningite é uma delas. A transmissão se dá pelo contato da saliva da pessoa doente e até conversando é possível pegar a doença. A morte de um adolescente de 14 anos por meningite meningocócica no Recife na última semana gerou preocupação, já que foi a quarta morte, em seis meses, na cidade.
As autoridades de saúde garantem que não há motivo para pânico. O importante é apostar na prevenção. Foi o que fez a dona de casa Joseane Oliveira. Ela levou o filho Gabriel, de 11 anos, ao posto de saúde porque, no último sábado (25), um colega da escola dele morreu de meningite. “O menino que morreu era da classe dele, então eu, como mãe, tenho que cuidar dele”, disse a dona de casa.
Depois do exame clínico, veio o alívio. “Nada, os sinais virológicos suspeitos estão completamente ausentes”, afirmou o clínico geral Luiz Alves. Se todos conseguissem agir para prevenir a doença, como fez Joseane Oliveira, ou descobri-la a tempo de tratá-la, novos casos e mortes por meningite seriam evitados.
A diretora de Atenção à Saúde do Recife, Bernadete Perez, explica o perigo do diagnóstico tardio da meningite. “Você perde o tempo das ações terapêuticas, que é a instituição da antibiótico-terapia, de fazer o antibiótico o mais precocemente possível”, afirma.
Só nos primeiros seis meses deste ano são nove casos da doença e quatro pessoas morreram no Recife. Em Pernambuco, são 37 casos de meningite com 10 mortes. A meningite é uma infecção que se instala quando uma bactéria ou vírus consegue vencer as defesas do organismo. A principal porta de entrada são as vias respiratórias. Os vírus ou bactérias caem na corrente sanguínea e podem atacar as meninges, que são três membranas que envolvem e protegem o encéfalo e o sistema nervoso central.
“As meningites virais têm quadros mais leves no geral e que evoluem de forma benigna, ou seja, não evoluem com complicações nem com alta letalidade. As meningites bacterianas, principalmente a doença meningocócica, são mais graves porque as bactérias evoluem de forma mais perigosa, com um grande número de óbitos. É um quadro mais rápido de evolução e mais intenso em relação aos sintomas”, diz Bernadete Perez.
Para não contrair meningite, comunidades e Secretarias de Saúde dispõem de ações simples para a prevenção. “Ter o cuidado com o contato muito próximo, intradomiciliar, e avaliar precocemente os sintomas. O mais importante é, quando surgir os sintomas, fazer a prevenção com o bloqueio e com medicação para o contactante íntimo e as orientações do que é sintoma para ser percebido tanto pela população quanto pelos profissionais de saúde. Tem várias vacinas que protegem contra a meningite: a pneumocócica, contra a meningite tipo C; a BCG, que protege contra a meningite tuberculose; e a do haemophilus, que protege contra a meningite causada por esse tipo de bactéria”, afirma a diretora de Atenção à Saúde do Recife.
Crianças de até dois anos de idade devem ser vacinadas. Nesse caso, isso pode ser feito de graça, nos postos de saúde. E os sintomas da meningite meningocócica são: febre alta, forte dor de cabeça, vômitos, rigidez no pescoço, moleza, irritação, fraqueza e manchas vermelhas na pele.
Por +AB